quarta-feira, 27 de maio de 2009

Contabilidade do crime

O editorial abaixo é interessante por relatar questões contábeis associadas ao PCC

O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem sido pródigo em fornecer exemplos de como as atividades criminosas no Brasil se sofisticaram, a ponto de rivalizarem com as máfias siciliana, americana e russa e de merecerem sem dúvida a classificação de “organizadas”. Agora, pelo que indica notícia publicada nos jornais do Grupo Estado na semana passada, já é o caso de falar de um tipo bem mais “empresarial” de banditismo: o crime “formalizado”. Essa afirmação espantosa pode ser feita depois da apreensão de computadores, CDs, três pen drives e dois livros-caixa que estavam em poder de Alessandro Mariano Barbosa, conhecido como Bombom ou ainda Docinho, e de Fladimir Alcântara dos Santos, o Dafesta. Eles e outros quatro integrantes da facção foram presos em 3 de dezembro em Praia Grande e levados para o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc).

A polícia tinha informações de que Bombom e Wagner Raposo Olzon, o Fusca, tinham sido os principais negociadores dos acordos do PCC com os cartéis de drogas bolivianos. O conteúdo do material apreendido em seu poder revelou à autoridade o aprimoramento do sistema de controle da gestão contábil da facção.

Tal descoberta permitiu que os policiais desvendassem o método usado pelos delinquentes para acompanhar passo a passo as ações policiais que resultam em perdas de dinheiro e drogas pela quadrilha e também o pagamento de propinas. O “caixa 2” da organização se assemelha à contabilidade paralela de uma empresa muito cuidadosa em esconder seus lucros do Fisco. O relatório do fluxo de caixa dos bandidos mostra o pagamento de achaque para policiais do Deic numa nota de rodapé na qual se explica que os “dois boys entraram em cana no interior” em companhia de oito “irmãos” (identificação dos membros do grupo). As minúcias contábeis dão conta de prejuízos de R$ 130,5 mil sofridos por duas de suas regionais - em Bauru e Presidente Prudente. Nos documentos apreendidos pela polícia são listados 23 advogados (chamados de “gravatas”) e seus salários. Os coordenadores - Aparecida, na capital, e doutor Antônio Davi, no interior, receberam R$ 7,5 mil em agosto. A chamada “sintonia dos gravatas” custou naquele mês R$ 137,4 mil, dos quais R$ 16,14 mil só com viagens.

A polícia deparou-se em Praia Grande com uma novidade: uma nota fiscal numa contabilidade de crimes. No valor de R$ 54,133 mil, ela foi extraída para registrar a compra de 872 cestas básicas e 872 caixas com 12 litros de leite integral numa empresa fornecedora de alimentos distribuídos, certamente, para familiares de presos pertencentes à facção. A polícia descobriu que a cúpula criminosa exige a apresentação de recibos e notas fiscais para a comprovação de gastos para evitar desvios de dinheiro. Suspeito de ter desfalcado o patrimônio do grupo, o tesoureiro David Surur, o DVD, foi executado. E dois outros responsáveis pelo setor, presos, foram separados dos demais detentos para evitar que tivessem o mesmo destino fatal.

Nota fiscal na contabilidade do PCC - Editorial
17/5/2009 - Jornal da Tarde

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Novas Normas de Auditoria

Auditorias terão novas normas a partir de 2010
Do Valor Online

Por Silvia Fregoni e Graziella Valenti, de São Paulo
Em 2010 as firmas de auditoria terão de seguir novos padrões de conduta e qualidade. O objetivo é que não apenas as regras contábeis adotadas no país estejam alinhadas aos padrões internacionais, mas também as que regem o trabalho dos auditores.
O Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibracon) está trabalhando na tradução das normas para as firmas, junto com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). As regras originais são da Federação Internacional de Contadores (Ifac).
"Estamos muito dedicados a esse trabalho", afirmou Ana María Elorrieta, presidente nacional do Ibracon. O processo de tradução deve terminar até o fim de junho, para que haja tempo para a divulgação das normas e o treinamento dos profissionais.
As diretrizes internacionais são basicamente as mesmas das brasileiras. No entanto, o material é mais detalhado e específico. Prova disso é o tempo que deve ser gasto apenas na revisão da tradução: cerca de duas mil horas.
De acordo Ana María, com mais detalhes, a tendência é que as responsabilidades dos auditores fiquem mais bem definidas.
As normas internacionais estabelecem, por exemplo, os procedimentos do auditor para lidar com o valor justo dos ativos - conceito da contabilidade internacional que está estreando no Brasil, no balanço anual de 2008, com o processo de convergência ao padrão internacional IFRS.
Na prática, significa que ativos e passivos das empresas precisam ser contabilizados pelo seu valor econômico. Quando se tratar de um bem negociável, o registro deve ser pelo valor de mercado. Quando não houver liquidez, é preciso utilizar métodos matemáticos difundidos para estimar seu valor.
"Nas regras nacionais o assunto não é sequer mencionado, pois elas foram escritas antes do conceito chegar aqui."
Como os novas normas para as auditorias impõe uma série de detalhes para os procedimentos, a expectativa é que os profissionais precisem de mais tempo para realizar o trabalho.
O cumprimento das regras será fiscalizado pelo CFC. O papel do Ibracon é auxiliar na tradução das normas e no treinamento dos auditores. Mas a verificação da adequação das firmas e de seus profissionais ficará por conta do conselho nacional.
As próprias regras internacionais, produzidas pelo Ifac, passaram recentemente por um processo de revisão. O objetivo principal era tornar o texto mais acessível aos leitores, simplificando a linguagem, de forma e permitir sua adoção tanto para as grandes firmas de auditoria, como para as de menor porte.
A adoção das normas internacionais para os auditores não é obrigatória para os países que adotam o padrão IFRS. São processos distintos.
No Brasil, a decisão por alinhar também os trabalhos de auditoria foi tomada quando, em 2007, o Banco Central (BC) determinou a convergência dos balanços consolidados dos bancos brasileiros ao IFRS. Na mesma norma, o BC também pediu a adoção das regras de auditoria. "Passou quase despercebido", disse Ana María.
Além disso, em janeiro do ano passado, o próprio Ifac fez essa recomendação ao Brasil. Entretanto, os trabalhos de tradução só começaram neste ano porque foi preciso aguardar a finalização das revisões feitas pelo órgão internacional.
O processo de convergência das normas contábeis brasileiras para o IFRS estará concluído em 2010. Neste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) terminarão de emitir as regras necessárias para a migração completa. Entre normas e orientações concentuais, devem ser emitidos 32 pronunciamentos até setembro.
A harmonização ao padrão externo, porém, já estreou nos balanços anuais de 2008, quando as empresas brasileiras de capital aberto divulgaram seus números de acordo com a Lei 11.638, que lançou as bases para a convergência.
Apesar de estar prevista a emissão de várias novas regras neste ano, a adoção delas só começará nos balanços trimestrais de 2010. Com isso, os resultados anuais de 2009 serão comparáveis aos do ano passado.
Fonte: CFC Notícias

segunda-feira, 11 de maio de 2009

11º FÓRUM SERGIPANO DE CONTABILIDADE

Tema: O Novo Perfil do Profissional de Contabilidade Diante das Atuais Mudanças

21 e 22 de maio de 2009 – CENTRO DE CONVENÇÕES DE SERGIPE

PROGRAMAÇÃO

Dia 21.05.09 – Auditório Atalaia

Às 19:30 – Solenidade de Abertura

Às 20:30 – Palestra – A IMPORTÂNCIA DO BALANÇO SOCIAL NAS EMPRESAS
Palestrante: Contador JUAREZ DOMINGUES FERNANDES – Vice –Presidente Operacional do Conselho Federal de Contabilidade
Coordenador – Cont. Mário Lúcio do Espírito Santo – Vice-Pres. CRCSE
Debatedores – Cont. Carlos de La Rocque – Vice-Presidente do CRCRJ

Às 21:30 – Coquetel

Dia 22.05.09

CURSOS

Auditório Atalaia – CURSOS SOBRE CONTABILIDADE INTERNACIONAL
Horário: Das 8 às 12 e das 14 às 17 horas.
Ministrantes: Professores ANTONIO AGNUS BOAVENTURA e MÁRIO LUCIO DO ESPIRITO SANTO – Conselheiros do CRCSE
Coordenador: Cont. Jodoval Luiz dos Santos – Vice-Presidente de Registro do CRCSE

Auditório Abais – MESA REDONDA SOBRE A MP n.º 449/08
Horário: Das 9 às 12 h.
Ministrante: BRENO ALVES COSTA / PB
Coordenadora: Prof. Lana Glícia Veiga – Vice-Pres. de Desenprof. CRCSE

Horário: Das 14 às 17 h - Palestra: PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISCAL DA RECEITA
FEDERAL EM SERGIPE
Palestrante: Técnico da Receita Federal

Horário: Às 19:30 – Palestra: A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
Palestrante: JOAQUIM OSÓRIO LIBERALQUINO FERREIRA - UFPE
Coordenador: Nilson Nascimento Lima
Debatedor: Cont. Adinelson Alves da Silva

Horário: Às 20:30 – Palestra – GESTÃO DE ARQUIVAMENTO NAS EMPRESAS DE CONTABILIDADE
Palestrante: CLAIFTON BONGIOVANI DO CARMO
Coordenador: Téc. Cont. Luiz Santana de Carvalho – Conselheiro do CRCSE
Debatedor: Téc.Cont. Jorge Luiz dos Santos – Conselheiro do CRCSE

INVESTIMENTO
Profissionais R$ 60,00
Estudantes R$ 30,00
Outros R$ 80,00

INSCRIÇÕES
As inscrições poderão ser efetuadas através do site do CRCSE, no link http://201.33.18.202/scripts/xiforumse.dll/login

Maiores informações através dos telefones 3301 6812/6801/6813.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Contabilidade como Sistema de Informação e de apoio à tomada de decisão

A pressão da globalização e a competitividade têm forçado mudanças no ambiente das organizações principalmente no que se diz respeito à necessidade de se obterem informações cada vez mais precisas e de fácil entendimento.
A forma habitual dos profissionais propiciarem informações aos seus gestores têm se tornado insuficiente para o apoio à tomada de decisão dado que organizações buscam um nível de excelência cada vez maior perante seus acionistas e investidores
Empresas a cada dia mais consideram suas informações primordiais, e sabem que através do trabalho da Contabilidade como sistema de informação conseguem ter uma informação comparativa, competitiva, e principalmente uma informação gerencial.
Dessa forma, a informação gerada pela contabilidade tem tomado grande importância. Sendo que na maior parte das vezes é pela contabilidade que se passam todas as informações, qualitativas e quantitativas da organização. A Contabilidade é reconhecida como a principal ferramenta para transformação de fatos do dia a dia das empresas, em informações que auxiliam os gestores nas tomadas de decisões para o desenvolvimento das entidades.
Vejamos o que pensa Franco sobre o papel da Contabilidade nas organizações:
“A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a história, na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer nem o passado, nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro, nem elaborar planos para a orientação administrativa” FRANCO (1983, p.20).
A Contabilidade passou a ser notada não apenas para o cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e determinações legais. As atividades contábeis passaram a exercer o papel de auxiliar da administração, pois sua principal função gerencial é fornecer informações sobre as mudanças ocorridas no patrimônio, a cada momento, para que a tomada de decisões, em todos os níveis operacionais, colabore para o crescimento das entidades. É um grande sistema, por si só, gera informações de diversos modos.
NASH e ROBERTS (1984), citado por Bitencourt, definem de forma interessante o sistema de informação para as organizações:
“O sistema de informações é uma combinação de pessoas, facilidades, tecnologias, mídias, procedimentos e controles, com os quais se pretende manter canais de comunicação relevantes, processar transações rotineiras, chamar a atenção dos gerentes e outras pessoas para eventos internos e externos significativos e assegurar as bases para a tomada de decisões inteligentes”.
A partir desse conceito percebe-se a necessidade da gestão de toda a tecnologia disponível para a geração e processamento de informações (e posteriores avaliações) que permitam inter-relacionar todos os níveis operacionais e, dessa maneira, proporcionar, um conhecimento que possa agregar valor à organização.
Informações de boa qualidade são essenciais para uma boa tomada de decisão. Entretanto, nem sempre é tão fácil escolher a ferramenta correta, pois ocorre que a oferta de recursos tecnológicos para a geração de informações, para todas as áreas de uma empresa, é muito ampla.
Em um Sistema de Informação bem construído, suas principais vantagens são: otimização do fluxo de informação permitindo maior agilidade e organização; redução de custos operacionais e administrativos e ganho de produtividade; maior integridade e veracidade da informação; maior estabilidade; maior segurança de acesso à informação.
Os contadores, no âmbito de suas atividades devem contribuir efetivamente para a otimização da gestão organizacional controlando e induzindo os gestores à tomada das melhores decisões, munindo-se para tanto de recursos e instrumentos que possibilitem o atendimento desta missão.
Contudo, os profissionais contábeis, precisam ter em mente que o seu aprimoramento deve ser sempre aplicado como condição imprescindível para que possam conquistar o seu espaço, na condição de provedores de informações importantes para o processo de decisão, não limitando, sobretudo a Contabilidade como uma ciência que se encerra em si mesma.
Desse modo, pressupõe-se que uma aliança de profissionais treinados e, com grande capacidade de percepção, a uma ferramenta tecnológica adequada às necessidades, que a organização tenha ou possam vir a ter, seja utilizada como diferenciais de mercado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As informações contidas neste texto foram adaptadas e até mesmo copiadas das seguintes fontes, observando que ainda foram utilizadas outras fontes que não foram citadas, mas que também contribuíram para essa postagem.

FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 1983.
NASH e ROBERTS: citado por Bitencourt em A Contabilidade como Sistema de Informação. Disponível em: Acesso em: 23 Abr. 2009.
MATERIAL DE APOIO:
BITENCOURT, Tiago Ferreira de. A Contabilidade como Sistema de Informação. Disponível em: Acesso em: 23 Abr. 2009

FERREIRA, Marilda Brito. Os efeitos da tecnologia da informação na Contabilidade. Disponível em: . Acesso em: 24 Abr. 2009.